No começo de 2022, um filme repetido foi visto no transporte público brasileiro. Um pico de casos de covid por conta da variante ômicron fez com que muita gente evitasse ônibus, trens e metrôs. Graças à ciência e à vacinação, foram poucos óbitos, e a situação não saiu de controle.
Para entender como esse momento foi percebido pelos passageiros de transporte público no Brasil, o Moovit fez uma pesquisa com mais de 6 mil usuários. E 84% dos entrevistados disseram não se sentir seguros em ônibus, trens, metrôs e outros modais por conta dos riscos de contaminação. Esta desconfiança fez com que quase metade dos respondentes — 45% — reduzissem de alguma maneira o uso de transporte público no início de 2022.
As perguntas foram feitas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Fortaleza, entre 17 e 21 de fevereiro. As respostas podem ser visualizadas por cidade nos gráficos abaixo. Basta selecionar cada uma delas no menu.
Fortaleza é onde o índice fica mais alto, com 89%. Já Porto Alegre está no outro extremo: 27% dos respondentes se sentiram seguros em relação à possibilidade de contaminação.
Confira os resultados no gráfico abaixo.
A preocupação quanto aos riscos de contaminação afetou a frequência com que os passageiros viajam no transporte coletivo. Entre os respondentes, 23% disseram que reduziram a frequência com que fazem viagens em transporte público; já 20% só fazem viagens essenciais; e 2% pararam de usar transporte público.
Veja no gráfico abaixo o resultado geral e por cidade. Brasília e Belo Horizonte foram as cidades menos afetadas, em que o uso se manteve constante para 61% e 60% dos usuários, respectivamente.
O Moovit perguntou também quais medidas de prevenção foram tomadas por empresas e funcionários para reduzir o risco de contaminação. Para 65% dos entrevistados, nenhuma ação preventiva foi implementada. O rodízio de equipes foi adotado nos locais de trabalho de 8% dos respondentes, mesmo índice para adoção de horários alternativos. E somente 5% dos usuários retornaram para o trabalho remoto nos últimos meses.
Veja abaixo os resultados diferenciados por cidade.
Por fim, a pesquisa quis saber o que faria com que os passageiros se sentissem mais seguros no transporte público. A grande maioria dos entrevistados — 83% — pediu o aumento da frota para evitar veículos lotados. Em 59% das respostas, a localização dos ônibus em tempo real para não ficar aglomerado em pontos e paradas seria um incentivo. E 53% dos passageiros gostariam de ver a fiscalização mais intensa do uso de máscaras.
No gráfico abaixo você pode conferir todas as respostas, incluindo a diferenciação por cidade.
A pesquisa mostra que o transporte público é um dos termômetros da pandemia, sendo um setor imediatamente afetado com qualquer variação.
Para jornalista: um release sobre a pesquisa está disponível na nossa sala de imprensa.